RESUMO
A farda clínica pode tornar-se um veículo de transmissão e de contaminação por microrganismos de elevada relevância epidemiológica, constituindo-se como foco para a disseminação de microrganismos patogénicos por utentes, profissionais e ambientes. Cabe ao enfermeiro gerir o seu vestuário tendo em conta os padrões de qualidade e as medidas de prevenção de contaminação e propagação de microrganismos, e assim, minimizar o risco de infeção. Com este estudo pretendeu-se verificar a relação existente entre os cuidados de enfermagem, em que há contato da farda clínica com o recém-nascido e criança pequena (até 3 anos), com o modo como é feita a gestão da farda clínica pelos enfermeiros e com os microrganismos presentes na mesma. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo-correlacional transversal, uma amostra de 24 enfermeiros, aos quais foram aplicados questionários e realizadas colheitas microbiológicas das fardas clínicas. As bactérias encontradas nas fardas clínicas foram: Staphylococcus Aureus; outras bactérias do grupo Staphylococcus; bactérias do grupo dos bacilos; bactérias do grupo Streptococcus e Acinetobacter baumannii, sendo as regiões com maior percentagem de microrganismos as do abdómen e tórax à esquerda. Verificou-se existir relação estatística significativa entre os cuidados de enfermagem de contato ao recém-nascido e/ou criança pequena e o risco de contaminação microbiológica, nomeadamente entre: O método de canguru ou colo para conforto e a presença das bactérias Acinetobacter Baumannii e Streptococcus; O colo para transporte, contenção, ou outro, e a presença da bactéria Acinetobacter Baumannii; Outros cuidados referidos pelos enfermeiros e a presença de bactérias do grupo de Outros Bacilos. Conclui-se haver necessidade de, no contexto profissional de saúde infantil e pediatria, uniformizar práticas e comportamentos adequados dos profissionais. Recomenda-se o uso de Equipamentos de Proteção Individual descartáveis e a mudança diária da farda clínica. As instituições devem garantir o adequado tratamento das fardas clínicas.
The clinical uniform may become a vehicle for transmission and contamination by microorganisms of high epidemiological relevance, and contribute to the spread of pathogenic microorganisms to different users and environments. It is up to the nurse to manage his clinical uniform taking into account quality standards and measures to prevent the contamination and spread of microoganisms, and thus minimize the risk of infection. This study aims to verify the relationship between nursing care, where the clinical uniform is in contact with the newborn and small child (up to 3 years) with the way the management of the clinical uniform is done by nurses and the microorganisms present in it. This is a quantitative, descriptive-correlational cross-sectional study, with an accessible population of 24 nurses, to whom questionnaires were applied and microbiological samples of the clinical uniforms were collected. The bacteria found in the clinical uniforms were: Staphylococcus Aureus; other bacteria from the Staphylococcus group; bacteria from the bacilli group; Streptococcus and Acinetobacter baumannii, the regions with the highest percentage of microorganisms being those of the abdomen and chest on the left. There was a significant statistical relationship between the nursing care of contact with the newborn and/or young child and the risk of microbiological contamination, particularly between them: The kangaroo or colon method for comfort and the bacteria Acinetobacter Baumannii and Streptococcus; The colon for transport, containment, or other, and the bacteria Acinetobacter Baumannii; Other care referred by nurses and bacteria from the group of Other Bacilli. It is concluded that there is a need, in the professional context of children's health and pediatrics, to standardize practices and behaviors of professionals. The use of disposable Personal Protective Equipment is recommended, as well as a minimum daily change in the clinical uniform. Institutions should also guarantee the appropriate treatment of clinical uniforms.
